sexta-feira, 5 de março de 2010

Vertigo - a revista mensal

Já está no número 3 a revista mensal Vertigo. Trata-se da nova publicação da Panini, fora da Marvel e da DC tradicional. Para quem ainda está em dúvida quanto a comprar ou não, ou simplesmente quer uma opinião, coloco aqui alguns comentários. Aliás, colocamos aqui alguns comentários: dessa vez eu e Rodrigo faremos um post conjunto, com a opinião de ambos sobre cada história que está sendo narrada.

Lugar Nenhum

GUILHERME: A história é um tanto... exótica. Ela retrata um submundo de Londres com certa magia, dos esgotos às esquinas mais escuras. Existe uma certa bizarrice presente nesse aspecto, nada que prejudique a narração. Os momentos "Além da Imaginação" (como a passagem em que ninguém mais na história repara que o personagem principal existe) são interessantes e o enredo com certeza é envolvente, me faz querer saber onde tudo vai dar. Vale a pena! Só uma observação: o roteiro de Lugar Nenhum não é escrito por Neil Gaiman, e sim baseado em um romance do autor. Acho, contudo, que o roteirista Mike Carey tem feito um bom trabalho.
RODRIGO: Tô com o livro da história original na fila para ler, mas já gostei do início apresentado em quadrinhos. Gosto da ideia (recorrente) de um mundo "subterrâneo", alternativo ou oculto ao lado/por detrás do mundo verdadeiro, real, ao qual somos pouco a pouco apresentados. A ilustração de Glenn Fabry está fazendo um ótimo trabalho nos mostrando este lado "invisível" de Londres.

Hellblazer

GUILHERME: Estou gostando da fase retratada. Para quem não conhece, as histórias de Constantine são baseadas em uso de magia “discreta” no mundo moderno. Particularmente gosto de HellBlazer, mas há fases que gosto mais que outras. Gostei do começo dessa. John Constantine estava sumido por um tempo e reaparece. As duas primeiras histórias fecham seu retorno, mas não fecham o arco. Estou curioso também para ver o desenrolar da história.
RODRIGO: Po, Constantine é Constantine, certo? Não é à tôa que a Panini escolheu ele para estrelar a capa da primeira edição da sua nova (e promissora) publicação. Gostei bastante desse primeiro enredo, com o mago inglês em sua velha forma resolvendo um mistério com sutilezas místicas. Confesso que não gostei muito do tom "mais realista" e violento das histórias anteriores, mas essa que se inicia nas páginas da nova revista Vertigo parece voltar ao tom certo do velho John. Sempre interessantes as presenças femininas em Hellblazer.


A Tessalíada
GUILHERME: Essa história não conta muito para quem não pensa em comprar as primeiras edições, uma vez que na Vertigo 4 ela terminará e abrirá o espaço para outra. Para quem pretende comprar do início, é uma história que vale a pena. Trata-se de uma Sandman apresenta, narrando a história da personagem Thessaly, que teve um papel importante nas histórias do Senhor do Sonhar. Também envolve magia e situações... oníricas, por assim dizer. Na minha opinião, tem sido a história mais divertida do pacote.


RODRIGO: Ao contrário do Guilherme, essa história não me cativou, não sei por quê. Talvez esperasse mais por ser do Bill Willingham (do ótimo Fábulas). Achei interessante a espécie de metalinguagem utilizada: "Culpe os escritores preguiçosos que ao longo da história nunca escreveram uma charada alternativa pra você", diz a protagonista à Esfinge grega. Apesar de descrever a Jornada do Herói, das diversas referências ao mundo de Sandman (como retratado no desenho acima), não sei, achei um pouquinho forçado, corrido, fácil demais. Esperemos a conclusão. Sobre o monomito apresentado e as várias referências, não deixem de conferir o hotsite da Panini comentando as edições e as histórias uma a uma, com muita informação legal lá (inclusive citando alguns dos personagens que aparecem na página 61 e outros).


Escalpo
GUILHERME: No início, não gostei. Não gostei mesmo! Retrata a história de um índio anti-herói, desses machões brutos que resolvem tudo na porrada e sempre vencem, xingando todas as gerações dos inimigos e até aliados. Sinceramente, pensei em simplesmente pular a história na revista, não ler mais. Porém, parece que a partir do próximo número, haverá um foco na história, pode ser que melhore, resolvi dar mais uma chance. Por enquanto, não tenho gostado. Questão de estilo... Para quem gosta de histórias recheadas de violência, pancadaria, um clima decadente e uma média de cinco palavrões por páginas, esta é a história certa.

RODRIGO: Realmente, não aprecio violência por violência desnecessariamente. Paradoxalmente, gosto de Garth Ennis, porque com ele é proposital, tosqueira pela simples tosqueira mesmo, e há graça nisso. No caso de Jason Aaron... tudo bem, o cara fez uma boa pesquisa e tal com o palavreado indígena norte-americano, pra mostrar a questão dos índios e seu modo de vida atualmente nos EUA, e isso é válido. Escalpo é mais pé-no-chão, quebra o lado fantasioso das outras histórias, mas é bom que o mix da revista seja versátil e tenha tudo isso, todas as vertentes para agradar fãs de diversos estilos do selo adulto. Eu, particularmente, não gosto de nada tão americanizado assim, personagens-rambo fodões e machões, e muitas vezes me lembrei de algumas antigas histórias solo do Wolverine, tanto pelo roteiro quanto pelos desenhos de Escalpo


Vikings
GUILHERME: É uma história medieval, dessas de guerreiros valentes que enfrentam com a espada os desafios no caminho, em uma jornada em busca da justiça ou algo parecido. Um clássico! Até o momento tenho gostado da história, mas gosto de histórias medievais. Minha visão até então é de que, quem gosta desse gênero, tem uma boa chance de gostar da história que está se desenrolando. Quem não gosta, provavelmente não vai se interessar. Até onde sei, não é um gênero que atrai o Rodrigo. Vamos ver o que ele diz a respeito....
RODRIGO: Hmmm, contrariando as expectativas (heheheheh), até que gostei desse início de Vikings! A história talvez tenha um bom desenvolvimento, e a arte achei muito boa, talvez isso tenha me atraído mais na história. Uma dúvida: por que será que a Panini traduziu a sérieNorthlanders (no original) para Vikings? Será apenas para se distanciar do título Nórdicos já consagrado em scans independentes e dar uma cara mais "eu-mesma-fiz-a-tradução"? Mudar o nome DMZ para ZDM tudo bem, aportuguesou a abreviação, mas mudar Nórdicos para Vikings? Sei não...








Filme sugerido 1: O Labirinto do Fauno (El laberinto del fauno, 2006).
Filme sugerido 2: Hellboy 2 (The golden army, 2008).
Livro sugerido: O Herói de Mil Faces, Joseph Campbell.


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